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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto:  http://bioecolinguistica-vandasalles-poetica.blogspot.com/

 

VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES

 

Nascida em Italva, no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, em 1956. Educadora, artista plástica, poeta e escritora. Diretora-Assessora Internacional do T.A.A.R. - Brasil. Dedica-se a Arteterapia para pesquisa em Bioecolinguística. Licenciada em Letras: Português/Literaturas. Pós-graduada em Literatura Infanto Juvenil e Mestrado em Arteterapia na Saúde e na Educação. Publicou livros de pedagogia e de narrativa formai, além de narrativa adequada a ieitores jovens, antologias e trabalhos sobre as diversidades e loucuras em arte. Em suas funções realizou pesquisas com crianças e jovens das escolas, trabalho que permitiu a edição de 0 Chamado das Musas, Creadores Argentinos, 2008, sob a coordenação conjunta com Silvia Aida Catalan e o auspício do TAAR. Impulsora de grandes atividades culturais em seu país, Vanda Lúcia da Costa Salles transpassa fronteiras ao participar de encontros, congressos. É notável, assim mesmo, seu labor como tradutora de poetas e narradores do castelhano para o português.

alas_rotas_brasil@hotmail.com

 

 

Nacida en Italva, Estado de Rio de Janeiro, Brasil, en 1956. Educadora, artista plástica, poeta y escritora. Directora-Asesora Internacional dei T.A.A.R- Brasil. Dedicada a la Arteterapia e investigación en Bioecolinguistica. Es Licenciada en Letras: Português/Literaturas. Postgraduada en Literatura Infanto-Juvenily Maestrado en Arteterapia en la Salud y en la Educación. Publico libros de pedagogia y de narrativa formal, además de narrativa adecuada para lectores jóvenes, antologias y trabajos sobre las diversidades y locurasen arte. En sus funciones realizo pesquisas en escuelas, trabajo que permitió la edición de El llamado de las musas, Creadores Argentinos, 2008, compilación hecha conjuntamente con Silvia Aída Catalán y que contó con el auspicio dei TAAR. Impulsora de numerosas actividades culturales en Brasil, Vanda Lúcia da Costa Salles traspasó fronteras al participar en encuentros y congresos. Es notable, además su labor como traductora de poetas y narradores dei Castellano al português.

 

 

Traducciones de Silvia Aída Catalán

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS -  TEXTOS EN ESPAÑOL

 

 

 

POESIA EM TRÂNSITO - Argentina - Brasil.  org. Fernando Sánchez Zinny. Buenos Aires: La Luna Que, 2009.  224 p.
supervisão de Sylvia Long-Ohni e Valeria Duque)  

Edição bilingue português e espanhol.

 

 

 

UMA LÁGRIMA EM MEU POEMA

 

Que me digam os loucos
do ponto oposto das normas,
essa lágrima em meu poema
seja para ferir a tristeza
em nossas vidas,
como um beijo enamorado.
Uma lágrima em minha poesia,
meu encanto em vida
para os meninos, meninas e loucos.
Irmãos de minha utopia,
minha gramática transfigurada
escreve-se com saudades
e sementes aladas.
Flui da linguagem derramando-se
no vértigo de sensíveis mãos,
e, às vezes,
se é cifra esquecida... sentimentos,
mundo incompreensível!
Então,
em tua alma, seja pão germinado.
 

 

 

UNA LÁGRIMA EN MI POEMA

Que me digan los locos
del punto opuesto de las normas,
acerca de esa lágrima en mi poema
sea para herir la tristeza
en nuestras vidas
como un beso enamorado.
Una lágrima en mi poesia,
mi encanto en vida
para los niños, niñas y locos.
Hermanos de mi utopía,
mi gramática transfigurada
se escribe con saudades
y semillas aladas.
Fluyo del linguaje derramándose
en el vértigo de sensibles manos,
y, a veces,
se es cifra olvidada... sentimentos,
¡mundo incomprensible!
Entonces,
en tu alma, sea pan germinado.

 

 

 

 SONETO DO PROFUNDO AMOR

 

Este nosso amor entretecido de beleza e dor... De presença
e ausência,
não cabe em quaisquer palavras... Sabor e Arte, sim!
Se o poema fere e abre fendas no profundo amor,
cabe a nós, simplesmente, senti-lo e vive-lo.

Ao teu lado, desperto estradas... Construo sonhos.
Avisto portos e lanço-me ao mar... A vida flui!
Entre poesias, livros e telas pictóricas (nosso ritual templário),
a música jaz como canhoeira e inunda nossos caminhos de
estrelas...

Teu corpo cristalino, diáfano ou fremente...
energiza esse tempo ensandecido e surreal em que vivemos.
Cremos ser possível... A alma enamorada... O Tudo e o Nada!

Meu corpo age na mesma medida... E urde
com esperança revisitada... E nesse teu riso
meu próprio riso espalha-se “me/dito no Mito”. Oh, poética
amada!
 

 

 

        SONETO DEL PROFUNDO AMOR

Este nuestro amor entretejido de beleza y dolor... De
presencia y ausência,
no vive en cualquier palabra... Encanto y Arte.
¡Sí!
Si el poema hiere y abre sendas en el profundo amor,
nos cabe, simplemente, sentir y vivirlo.

        A tu lado, libero caminos;;; Construyo sueños.
Avisto puertos y me lanzo al mar...
¡Fluye la vida!
Entre poesias, libros y telas pictóricas (nuestro ritual
sagrado),
la música yace como cascada e inunda nuestros
caminos de estrelllas...

Tu cuerpo cristalino, diáfano y trémulo...
energiza ese tempo enlouquecido e irreal que vivimos.
Creemos que es posible... El alma enamorada... ¡El

                                                                Todo y la Nada!

 

        Mi cuerpo obra em la misma medida... Y trama
con repetida esperanza... Em ésa, tu risa,
mi propia risa se refleja: “me/dito en el Mito”. ¡Oh,
poética amada!

NUNCA SEI A ÚLTIMA PALAVRA

 

Pra Latuf Mucci e Silvia Ainda Catalán
                                                        

Decifrando ondas sabedoras de praias
construo convites à ilhas fantásticas
talvez o mistério seja apenas um modo
de curvara seu rosto ao sonho.
Em Saquarema!
Mas sei que nunca sei,
a última palavra.
Meu unicórnio ferido processa o fruto
deixando-me um fragmento de múltiplos espelhos...
elos da magnética-palavra:
AMOR,
surgindo do mais profundo.
Falo desnuda com pele enamorada
digo em línguas portuguesa e espanhola:
somos poetas, vozes diretas
de nossos povos latino-americanos
Oh! América Latina!
Assumo que renovo minha palavra
que nunca guarda amarras,
ela são rápidas,
tais pássaros ou formas aladas
Entretanto,
hei-me aqui, cega de ausências
mas com flores despertas
por inóspitas travessias
com mãos inquietas
tecendo enigmas do poema!



NUNCA SÉ LA ÚLTIMA PALABRA

 

                    Para Latuf Mucci e Silvia Ainda Catalán        

Decifrando olas sabedoras de playas
construyo convites a islas fantásticas
tal vez el misterio es apenas un modo
de curvar su rostro al sueño.
¡En Saquarema!
Más sé que nunca sé,
la última palabra.
Mi unicórnio herido processa el fruto
dejándome un fragmento de múltiples espejos...
Eslabones de la magnética-palabra:
AMOR,
surgindo de los más profundo.
Hablo desnuda con la piel enamorada
digo en lenguas portuguesa y española:
somos poetas, voces directas
de nuestros pueblos latinoamericanos.
¡Oh, América Latina!
Asumo que renuevo mi palabra
que nunca guarda amarras,
ellas son prontas,
tales pájaros o formas aladas.
Entronces,
heme aquí, ciega de ausências,
mas con flores despiertas
por inhóspitas travesías,
con manos inquietas
¡hilando los enigmas del poema!

 

A PALAVRA NA CONSCIÊNCIA

 

              À Hilda Interiano de Payés

 

Terra desabitada
sem vivos, sem mortos... Chove,
navega em silêncio a vida
molhada,
minha poesia, meus sentimentos.
Necessito dar-te a palavra inquieta,
mistério da memória,
linguagem de encanto... Essa
dança do desejo com vértigo de Pizarnik.
Vejo entre dor e beleza... “Que as palavras
se suicidam!”
Assim,
na nossa boca terrível
desafiarei ausências, brotarei
imensidade do teu enigma.
A palavra na consciência
é uma poética náufraga,
invade-me,
desnuda
e emociona,
tal uma página em branco.

 

 

 

LA PALABRA EN LA CONCIENCIA

 

                    a Hilda Interiano de Payés


Tierra desabitada
sin vivos, sin muertos... Llueve,
navega en silencio la vida
mojada,
mi poesia, mis sentimentos.
Necesito darte la palabra inquieta,
mistério en la memoria,
linguaje de encanto... Esa
danza del deseo con vértigo de Pizarnik.
Veo entre dolor y beleza... “¡Que las palabras
se suicidan!”
Así,
en nuestra boca terrible
desafiaré ausências, brotaré
en la inmensidad de tu enigma.
La palabra en la conciencia
es una palabra náufraga,
me invade,
desnuda
y emociona,
tal una página en blanco.

 

 

 

ENTRE NÓS

 

Detenho o olhar
na linha sensual de tua boca.
Entre dor e beleza
descubro-me invadida
por uma agradável sensação de liberdade!

E esta sede entre nós dois!



ENTRE NOS

 

Detengo la mirada
en la línea sensual de tu boca.
Entre dolor y beleza,
me descubro invadida
por una agradable sensación de libertad.

¡Y esta sed entre nosotros dos!

 

 


SALLES, Vanda Lúcia da Costa.   Cantigas para a Mulher do Século XXI. 30 anos de  poesia. Capa: Mulher multifacetadas. Pintura à óleo/acrílica de Vanda Salles. Prefácio por Amélia Dalomba (Angola). Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2013.  176 p.  No. 10 075          
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em outubro de 2024.


CANÇÃO NATIVA

Nas ruas da vida
Uma mulher caminha suas dores
Entre homens de pedra
Tão-só, mas tão só
Que uma estrela cadente atravessa
O espaço em tempo.
No tempo
A fantasia pendurada desmascara
A face da quintessência
No alpendre de uma casa antiga
De súbito
Uma criança rasga o ventre da tarde
Cantando utopias...

Ah, Senhores! O que seria de nós se não
[fosse a poesia?

R Viva Gonçalves Dias!@

*
Poema declamado em Guimarães, em 13/08/2013,                                             

                          no Projeto Gonçalves Dias.


NO CENTRO DA FORMA:

O
Pulso
Pulsa
Impulsiona / impressiona
E na vida
re
aprende
a
amar & amar
No logos,
Da beleza
Quaisquer simetria
Estabelece
A sintonia de pele
Que impele a cria
Ao risco

Do caos ao universo,
No centro da forma: a vivacidade do instante!



SONETO

Ah! Se a fina brisa que agasalha essa alvorada
Estendesse o manto e nos abrigasse leve
Como mãos suaves nos acariciaram um dia,
Mesmo fosse um instante ao nascer

E a divina propusesse o encanto dessa melodia
A cantar as coisas como há de ser
Nessa linda voz que contagia o mundo
Como poesia guardiã do ser

E os pirilampos acendessem faros
Iluminando as horas do amanhecer tão raro
De perfumadas folhas em ramos estelares

Assim quem sabe, a maré matreira não vire o barco
Nesse mar revolto que nos leva aos trancos,
Deixando-nos, pouco a pouco, à mercês do fado   


NO CENTRO DA FORMA:
A VIVACIDADE DO INSTANTE


O
Pulso
Pulsa
Impulsiona/impressiona
E na vida
re
a prende
a
amar & amar
No logos,
Da beleza
Quaisquer simetria
Estabelece
A sintonia de pele
Que impele a cria
Ao risco

Do caos ao universo,
No centro da forma: a vivacidade do instante!


MISTERIOSA SINFONIA

                         “Biologia não é destino”
Simone de Beauvoir

O vento corta as águas
Em sonhos, sonho.
Você indaga, digo
A sintonia me trouxe aqui
É uma manhã festiva.
O vento corta as águas
Borbulha o mar, as ondas fagueiras encrespam-se.
[Não há
rochedos,
Pélagos ou similares. Somente dunas de areia
[claríssimas
observam, quando
As pitangueiras lastreiam-se, mãe e filha jogam
O jogo da vida que é brincar de viver
Em ser um ser
Silêncio, o meu amor caminha... Já ouço o farfalhar
[da areia
macia!
O meu amor caminha, e quando ele caminha,
Molhando os pés como garça serelepe. Um rouxinol
[canta
lindo,
Livre à beira-mar.
Ela imita-o, beijando a palma da mão, sorrio
Enlevada com essa pueril imagem
No anseio de com ela aprender, do voo, as finesses
[de asas
Também canta o meu coração aprendiz de felicidade.

Ah! Saudade brota e empresta-me o caminho de volta,
Enleva-me e leva-me ao dia em que dissestes:
“intriga-me a indecisão?! Se as estrelas estão no céu
E a lua solitária brilha, e o vento sopra a seu favor,
[por que
não?”
Um homem pesca, cigano
Além mar, um barco retorna ao cais.
No quiosque vermelho-amarelo, alguém ligou o som
As palmeiras balançam, o sabiá inicia o canto
A música rola, incrível, é “Para você eu digo sim!”
Com Rita Lee
Ah, essa Liberdade de te querer!
O vento sopra...
E eu, na imensidão da areia dessa praia deserta (que
[me
atrai)
Você chega, do nada
E me leva pra casa... E eu vou!
A emoção nos pega e arrasta, louca, desatinada
A mirar no olhar de nos dois: a mesma chama
A ti ensina a transcender, águia que es
A mim a conhecer a luz, peregrina que sou.

 

SALLES, Vanda Lúcia da Costa.  Núncia Poética.  (Poesia)  2ª. Edição.   Capa: Óleo sobre tela de Vanda Lúcia da Costa Salles. Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2011.   86 p.  No. 10 099     
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em novembro de 2024.



CÉREBRO

a semente cai luz na tarde bege de outubro e
água
minha boca cheia. No cérebro que lê: vê
palavras desejos salivadas ondas
no centro da forma concêntrica que
se quer perceber um quê de esgarçar
fumaça & crise bailarino dança
leve. Feliz no gesto que dói um ai,
no centro concêntrico
da onda breve
soluço volúpia do que em mim não é
pra ser.  Já, sou ou não? Vivência de
imagem: Paris vem e foca seu mirar
majestoso olhar de asas diáfanas.  Voo, ouso
deliro coisas sorrisos lágrima e sal, melaço
no oco da árvore código
inscrito sem mais porquês ave
que se recusa voar e flui somente
semente cai sinapse voz do escurecer
luz
cidade
que é em mim dia
da palavra vida. E
no sagrado do sensível: mistério
(que não cessa em mim)
e o poema salta pacto
água molha
o profundo do profundo do profundo
desatando os nós humanos... Voz e Linguagem!


QUANDO CAMÕES SORRIA...
A Myriam Seggiaro
(poeta argentina)

Luzia flor semente: aspecto lua
quando Camões sorria... e lançava
seu inequívoco grito
alçando seu manuscrito
das águas

Com a esperança nos dentes... nadava
nessa ternura alada
de sonhar o sabor da pele
em Goa

vivendo... de um suspiro... em versos
Ai! Maria,
quando Camões sorria...

a língua portuguesa se contorcia
em gozo
e povo
se enternecia levemente aquecido
no parto

Ai! Quando Camões sorria...

 


SEMENTE

A HUGO CHAMORRO
(cantor e compositor folclorista argentino)

Pela mão que nasce
o contido
o exposto
o dom
 
a ação do sonho se materializa
e facilita
após a chuva... o segredo da obra: todo som
na terra molhada é
semente
exala excita quaisquer artistas
a galgar o muro
cheio de cacos de vidros em suas orlas

No sonho: ouse!


CANÇÃO DE POETA PELA PAZ

A OCTAVIO PAZ
(in memoriam)

Ontem à noite esfriou... E a imaginação
engravidou-se dos opostos
ouvi
sua voz universal e
entoei uma canção.
A nossa e a de todos os poetas enamorados
Pelo silêncio entrelaçando a forma... e a Paz!
Era um grito de alerta transcontinental, além
mais uma criança falece... de fome construída, e essa
violência humana: a indiferença
com a vida com a poesia com a esperança.

Estava ali, a sorrir
Próximo ao cais... Eu vi!

De poeta a poeta,
desfiava o avesso do avesso das
palavras
e sobre o papel girassóis brotavam afoitos
impactante visão.
E num rasgo espetacular atravesso o espaço-tempo e
capturo o poema na loucura itinerante, e sei
que a “outra voz” em mim penetra ágil e funda o dizer:
— Siga-me!


*
Página ampliada e republicada em outubro de 2024.

*

 

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http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/rio_de_janeiro.html


Página publicada em abril de 2021

 

 

 
 
 
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